Este ensaio desenvolve uma leitura de dois modelos literários contidos no romance Helena (1876), de Machado de Assis. Considera-se o horizonte de expectativas do leitor de romances no Brasil do século XIX e o modo pelo qual Machado de Assis influencia no debate sobre a chamada literatura da “cor localâ€, tema tratado por ele no ensaio “NotÃcia da atual literatura brasileira. Instinto de nacionalidadeâ€, de 1873, e tornado matéria estruturante de seus romances. Veremos que há dentro do espaço ficcional de Helena uma tensão entre local e universal, representada tanto pela citação direta de romances como Manon Lescaut e Paulo e VirgÃnia, como pela incorporação em seu tecido narrativo dos arquétipos existentes nos romances-folhetim. Ao parodiar, “traduzir†e retrabalhar referências literárias tanto nacionais como estrangeiras a prosa machadiana desse perÃodo critica alguns princÃpios norteadores da produção literária brasileira, questionando modelos de literatura e refletindo sobre eles.
This paper develops a reading of two literary models contained in the novel Helena (1876). It is considered the reader expectationsin Brazil during the nineteenth century and onhow Machado de Assis influences the debate on the so-called “local color†literature, theme discussed by him in the “Instinct of nationality in Brazilian
literature†essay, from 1873, which turned out as his novels structural matter. Inside Helena fictional space,
there is tension between the local and universal, represented both by direct quotation from Manon Lescaut and novels such as Paul and Virginia, as the incorporation in its existing archetypes narrative in the serials.
Formally, in parodies, “translate†and rework on literary references - both national and foreign, Machado’s texts from that period criticize some guiding principles of Brazilian literature, questioning literature models and reflecting on them.