O paradoxo – já bem conhecido – da tradução está no fato que há, e sempre houve, uma prática da tradução, e isto apesar de, no entanto, qualquer tradução ser de algum modo impossÃvel, pelo próprio fato de acabar topando com certa intraduzibilidade estrutural de uma lÃngua em outra. Esse artigo tenciona expor como RicÅ“ur tenta responder a este paradoxo mostrando por um lado que as tentativas filosóficas visando dar ao problema da tradução uma solução teórica necessariamente fracassam e procurando por outro lado uma saÃda prática para o problema. A proposta de RicÅ“ur é substituir a escolha paralisante do “traduzÃvel versus intraduzÃvel†pelas alternativas práticas mais fecundas da “fidelidade versus traiçãoâ€; ele convida a considerar a tradução como algo arriscado e difÃcil, na medida em que se trata sempre de um trabalho que está em busca da sua própria teoria.