Este artigo investiga as correspondências encontradas entre os trabalhos artísticos contemporâneos de Cristiano Lenhardt e as tendências temáticas anunciadas pela disciplina antropológica. A partir das peças bi e tridimensionais Trair a espécie (2014-2016), Broto cartas (2017) e Cobra desenhadora (2017), e junto de um referencial da Antropologia, produzo uma série de reflexões que identificam nessas produções de Arte Contemporânea linhas de diálogo com essa outra área do conhecimento. Pude perceber que as relações entre o “eu” e o “outro”, as discussões sobre Natureza e Cultura, as temáticas da eficácia simbólica, dos materiais e das cosmologias indígenas estão presentes no horizonte de interesses de Lenhardt. Ao final, brevemente, problematizo a subjetivação que dialoga com as temáticas trabalhadas pelo próprio artista em sua produção e, ao mesmo tempo, percebo que elas são formadoras de sua identidade enquanto sujeito no mundo.