O projeto de extensão “Medicina Veterinária na promoção da saúde humana e animal: ações em comunidades carentes como estratégia de enfrentamento da desigualdade social”, desenvolvido pela Faculdade de Veterinária da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), teve início em 2009, atendendo cães e gatos de comunidades em situação de vulnerabilidade social. Assim, o presente trabalho objetiva descrever e analisar as atividades desenvolvidas durante os dez anos de sua execução. A partir do registro de dados, observou-se um crescimento de 82% nos atendimentos aos animais entre 2010 (n= 411) e 2015 (n= 747), coincidindo com o aumento de famílias assisti das, e um decréscimo em 2019 (n= 562). Acredita-se que a redução de 25% observada no último período esteja associada à conscientização da população pelos extensionistas, com ênfase em prevenção, profilaxia e controle de natalidade, o que também reflete no aumento de atendimentos pediátricos. Dentre as zoonoses diagnosticadas, destacaram-se a sarna sarcóptica, esporotricose, leptospirose, dermatofitose e dioctofimatose. Além disso, ectoparasitas como pulgas, carrapatos e piolhos foram recorrentes. O elevado número de animais na comunidade atendida e o estreito contato com as pessoas favorecem a disseminação dessas enfermidades. Dessa forma, o projeto atua orientando, levando informações sobre zoonoses e promovendo a saúde única. Mediante a avaliação retrospectiva das práticas extensionistas, é possível constatar a atuação positiva dos profissionais na qualidade de vida e saúde dos animais e das pessoas, através da propagação de conhecimentos aos tutores que buscam atendimento e atuam como multiplicadores desse saber na comunidade.