O presente artigo tem por objeto metodologias utilizadas em pesquisa de mestrado com os temas campo jurídico e gênero, em que se buscava analisar a trajetória de profissionais mulheres no campo jurídico, compreendendo-as como sujeitos generificados e este um campo pautado pela neutralidade. Segundo as epistemologias feministas, a neutralidade oficial do campo jurídico representa a perspectiva de um grupo social específico, de modo que o desenvolvimento de trajetórias marcadas por gênero neste campo pode apresentar particularidades. Na pesquisa foram aplicadas entrevistas semiestruturadas com profissionais de carreiras jurídicas públicas (Magistratura, Ministério Público e Defensoria Pública, todas estaduais) selecionadas por lista de lotação e com interlocutoras selecionadas através do método da bola de neve. A análise do material se deu pelas perspectivas da biografia e da história de vida. Assim, foram utilizadas referências metodológicas da antropologia e da sociologia para análise de gênero da trajetória de profissionais mulheres no campo jurídico.