A metafísica caracteriza-se por se ocupar do ente quanto ente, postulando uma investigação dos atributos universais que constituem o ser. Por isso, ao inteligir o ente, o intelecto reconhece algumas propriedades superiores, essenciais e absolutas, que podem ser chamadas de transcendentais. Segundo Tomás de Aquino, o grupo dessas propriedades se compõe da seguinte forma: res, aliquid, unum, verum e bonum. O presente artigo busca apresentar a constituição dessas noções transcendentais, bem como demonstrar que a distinção presente no ente é apenas de ordem racional, uma vez que só podem ser percebidos pela interversão da atividade intelectiva. Mesmo com as críticas modernas, a doutrina dos transcendentais não perdeu sua fundamental importância para a metafísica, que compreende a realidade através dos princípios e aspectos mais universais do ser.