A Land Reform na África do Sul dos dias atuais é analisada em termos dos significados que a terra tem para as pessoas negras falantes de isiZulu, em oposição ao que fazendeiros brancos consideram modelos de fracasso. As casas, experienciadas ao longo de vidas marcadas pelo desterro e por mudanças, são apreciadas em sua expressão de conquista, através da história da família Kubheka, contemplada, pelo programa fundiário sul-africano, com uma fazenda (anteriormente de brancos) para morar. A forma das casas é aqui questionada sob a “perspectiva da morada” de Ingold, quando atentamos para o que as pessoas fazem nas casas onde moram para que as considerem lares. Nesse sentido, rituais que relacionam pessoas, ancestrais e casas, como o casamento, surgem como imperativos a serem realizados. Ao lidarem com as diversas formas que pessoas e casas adquirem nas mudanças de moradias e nas performances rituais – que, de algum modo, ao restaurar pessoas e casas às suas formas originais, reinventam as formas atuais –, percebemos a criatividade no processo de morar e de transformar casas em lugares considerados próprios para se viver, nos termos daquilo que as pessoas fazem, ou desejam fazer, e não daquilo que deveriam fazer segundo olhares alheios.