O trabalho aponta para uma reflexão acerca da percepção de práticas translinguísticas, aqui consideradas enquanto uma instância presente e potente na literatura em línguas de sinais. A partir de tal premissa, considera a compreensão da literatura produzida em línguas de sinais no contexto da pós-contemporaneidade, a abarcar um cruzamento de linguagens artísticas híbridas, em estratégias de performance e constituída por elementos de intermidialidade. Nossa hipótese é a de que muitas expressões da Literatura em Línguas de Sinais constituem-se, no cenário aqui delineado, de forma radicalmente experimental, ao dissolver fronteiras entre linguagens artísticas e ao apresentar uma experiência estética elaborada através de práticas translíngues. Diante do cenário percebido, destacamos o fato do corpo colocar-se como instrumento estético e ético de tais práticas. Essa percepção nos leva ao ensejo de pensar as conexões entre literatura e translinguagem como instâncias questionadoras de preconceitos linguísticos e culturais. Isto é, pensamos a partir dessa compreensão, sobre como poemas em línguas de sinais podem se apresentar na condição de formas de resistência decolonial diante de discursos e práticas colonizadoras. Acreditamos que a reflexão acerca da relação solidária entre literatura e translinguagem é essencial na educação linguística crítica, percebendo aqui a literatura em língua de sinais também como materialidade linguística a ser pensada.
The work points to a reflection on the perception of translinguistic practices, considered here as a present and powerful instance in the literature on sign languages. From this premise, it considers the understanding of literature produced in sign languages in the context of post-contemporaneity, encompassing a cross between hybrid artistic languages, in performance strategies and constituted by elements of intermediality. Our hypothesis is that many expressions of Literature in Sign Languages are constituted, in the scenario outlined here, in a radically experimental way, by dissolving borders between artistic languages and by presenting an aesthetic experience elaborated through translingual practices. In view of the perceived scenario, we highlight the fact that the body is placed as an aesthetic and ethical instrument of such practices. This perception leads us to the opportunity to think about the connections between literature and translanguage as questioning instances of linguistic and cultural prejudices. That is, based on this understanding, we think about how poems in sign languages can present themselves as forms of decolonial resistance in the face of colonizing discourses and practices. We believe that reflection on the solidary relationship between literature and translanguage is essential in a critical linguistic education, perceiving literature in sign language here as a linguistic materiality to be thought about.