Neste texto refletimos sobre o cuidado como pressuposto ético na formação dos agentes comunitários de saúde, de modo a se constituÃrem em mediadores entre o conhecimento desenvolvido nas universidades e as comunidades, dialogando com as ciências da Educação e da Saúde. Estes, com sua linguagem caracterÃstica, partilhantes do cotidiano de pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade no contexto brasileiro. Fundamos nossa discussão na Pedagogia de Paulo Freire e nas perspectivas de educação e ética de Leonardo Boff e Severino Antônio, entre outros autores, propomos a formação de educadores, intérpretes junto à s suas comunidades, a partir de um caminho possÃvel para a reconstrução das relações dialógicas; relações necessárias para o questionamento de polÃticas inadequadas e bancárias na saúde, que, antes de promoverem um modo de vida saudável, colocam a doença como finalidade e o ser doente como um mero expectador, reduzido à doença orgânica e à situação miserável. Propomos a necessidade da valorização do cuidado na formação desses agentes, por meio de uma metodologia que contemple o conhecimento cientÃfico das patologias, seu diagnóstico e terapêutica, as inter-relações eco-biológico-sociais e a reflexão crÃtica da necessidade de um projeto polÃtico que conduza à s mudanças no ambiente das comunidades, de acordo com o modelo vivido por Paulo Freire.