Contextualização: A estimulação elétrica funcional (EEF) é uma forma de reabilitação que pode reverter alterações provocadas pelo
envelhecimento, como diminuição da capacidade funcional e modificações na variabilidade da pressão arterial (VPA). Objetivos:
Avaliar os efeitos do treinamento com EEF sobre a capacidade funcional e a VPA em uma idosa centenária. Métodos: Paciente do sexo
feminino, 101 anos e sem patologia prévia. O treinamento com EEF foi realizado durante 12 semanas, sendo três sessões/semana e
tempo máximo de aplicação de 40 min/sessão. A EEF foi aplicada com frequência de 20 Hz, largura de pulso de 0,5 ms, tempo de
contração de 5 s, tempo de repouso de 10 s, intensidade máxima tolerável e aplicação de sobrecarga progressiva. A capacidade
funcional foi avaliada por meio do teste de caminhada de 6 minutos (TC6) e do teste de sentar e levantar (TSL). A VPA foi mensurada
pelo registro contÃnuo da pressão de pulso e calculada pela análise espectral. Todas as variáveis foram mensuradas pré e póstreinamento.
Resultados: Após treinamento, houve um aumento de 70% na distância percorrida no TC6 e aumento de 300% no número
de repetições no TSL. Observou-se redução de 8 mmHg na pressão arterial sistólica (PAS) e de 4 mmHg na pressão arterial diastólica
(PAD) e na pressão arterial média (PAM), havendo ainda uma redução na variabilidade da PAS (11,8 mmHg2), da PAD (2,3 mmHg2)
e da PAM (6,0 mmHg2). Conclusões: O treinamento com EEF durante três meses proporcionou aumento da capacidade funcional e
melhora da VPA em uma idosa centenária.
Background: Functional electrical stimulation (FES) is a rehabilitation method that can revert alterations provoked by aging, such as
reductions in functional capacity and modifications on blood pressure variability (BPV). Objectives: To evaluate the training effects of
FES on functional capacity and BPV in a centenarian woman. Methods: A 101-year-old woman without previous disease underwent FES
training for 12 weeks, with three 40 min sessions/week. FES was applied at a frequency of 20 Hz with a 0.5 ms pulse, 5 s contraction
time, 10 s relaxation time, the maximum tolerable intensity and with progressive overload. Functional capacity was assessed with a
six-minute walk test (6MWT) and proximal lower limb strength was assessed with a sit-and-stand test (STST). BPV was measured
by continuous recording of pulse pressure and calculated by spectral analysis. All variables were measured before and after FES
training. Results: After training there was a 70% increase in distance walked in the 6MWT, a 300% increase in the number of STST
repetitions, an 8 mmHg reduction in systolic blood pressure (SBP) and a 4 mmHg reduction in diastolic blood pressure (DBP) and
mean blood pressure (MBP). Reductions in SBP (11.8 mmHg2), DBP (2.3 mmHg2) and MBP (6.0 mmHg2) variability were also observed.
Conclusions: Three months of FES training improved functional capacity and BPV in a centenarian woman.