Objetivo: analisar a tendência da mortalidade materna por hemorragia pós-parto. Métodos: estudo epidemiológico ecológico, com dados secundários sobre mortalidade materna em decorrência de hemorragia pós-parto disponibilizados pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade. Para a análise, utilizou-se a técnica de séries temporais interrompidas das cinco macrorregiões do Brasil, de 2000 a 2023. Resultados: foram analisados 2.394 óbitos maternos por hemorragia pós-parto no Brasil, entre 2000 e 2023, com maior incidência em mulheres de cor parda e com idade entre 30 e 34 anos. A taxa de mortalidade materna global por hemorragia foi de 3,46 para cada 100 mil nascidos vivos. Em 2023, a região Sul apresentou a menor taxa (3,12) e a região Centro-Oeste a maior taxa (4,89). Conclusão: a razão de mortalidade materna por hemorragia pós-parto no Brasil persiste como marcador de disparidades regionais, desigualdades raciais e falhas na efetividade de políticas públicas. Contribuições para a prática: os resultados evidenciam a importância de um acompanhamento pré-natal mais detalhado e implementação de estratégias preventivas da hemorragia pós-parto, para melhorar os desfechos maternos e neonatais.
Objective: to analyze the trend in maternal mortality due to postpartum hemorrhage. Methods: ecological study using secondary data on maternal deaths due to postpartum hemorrhage from the Mortality Information System. We applied an interrupted time series approach across the five Brazilian regions from 2000 to 2023. Results: a total of 2,394 maternal deaths due to postpartum hemorrhage were analyzed in Brazil between 2000 and 2023, with the highest ratios among Brown (parda) women aged 30–34 years. The overall maternal mortality ratio due to postpartum hemorrhage was 3.46 per 100,000 live births. In 2023, the South recorded the lowest ratio (3.12) and the Central-West had the highest (4.89) per 100,000 live births. Conclusion: the maternal mortality ratio due to postpartum hemorrhage in Brazil remains a marker of regional disparities, racial inequities, and gaps in the effectiveness of public policies. Contributions to practice: the findings underscore the importance of more comprehensive prenatal care and the implementation of preventive strategies for postpartum hemorrhage to improve maternal and neonatal outcomes.