TUBERCULOSE PERINATAL: UM DIAGNÓSTICO A SER CONSIDERADO

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ISSN: 22366814
Editor Chefe: Clemax Couto Sant'Anna, Marilene Crispino Santos
Início Publicação: 30/04/2011
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Medicina

TUBERCULOSE PERINATAL: UM DIAGNÓSTICO A SER CONSIDERADO

Ano: 2023 | Volume: 13 | Número: 2
Autores: Layla Luiza Silveira, Williane Coelho de Figueiredo Fernandes, Allyne Coelho Marques Monteiro, Livia Rocha do Valle, Amanda Rodrigues Soares, Daniela Silveira Barbosa, Deborah Marciano Rodrigues, Isabel Mendes Lima, Larisse Bragança Ribeiro Leal, Luiza Horst Neto, Pollyanna Rafaela de Sena Resende
Autor Correspondente: Larisse Bragança Ribeiro Leal | [email protected]

Palavras-chave: tuberculose, transmissão perinatal, sepse neonatal, UTI neonatal.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

INTRODUÇÃO: A Tuberculose (TB) Perinatal é uma doença rara, transmitida na gestação ou período pós-natal. Apresenta clínica semelhante à infecção congênita e sepse neonatal, dessa forma, permanece subestimada e subdiagnosticada.
RELATO DE CASO: Recém-nascido (RN), 34 semanas, nascido via vaginal, feminino, pré-natal sem intercorrências. Internado em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), requereu suporte ventilatório e antibioticoterapia para sepse neonatal presumida. Durante a evolução, iniciou-se terapia para suspeita de sepse fúngica, e, após 48h, RN exibiu quadro de otite média bilateral e otomastoidite. Nessa ocasião, a genitora foi internada e diagnosticada com tuberculose miliar. Destarte, RN foi submetido a tratamento para infecção latente TB com rifampicina e realizou-se exérese de linfonodos para teste rápido molecular (TRM-Ultra) e cultura. Devido ao TRM-Ultra positivo, substitui-se esquema para tratamento de TB Perinatal presumida com rifampicina, isoniazida e pirazinamida. Paciente evoluiu favoravelmente e posterior resultado de cultura evidenciou Mycobacterium tuberculosis.
DISCUSSÃO: A forma congênita da TB Perinatal é transmitida intraútero, por mães com TB grave e/ou genital, enquanto a pós-natal ocorre pelo contato do RN com indivíduo bacilífero após o nascimento. O diagnóstico, assim como a diferenciação entre as duas formas, é dificultado pelas manifestações clínicas inespecíficas.
CONCLUSÃO: Este caso demonstra a importância de considerar a TB perinatal em casos de sintomatologia inespecífica não responsiva à antibioticoterapia convencional. Apesar da incerteza quanto ao momento da infecção, além de diagnóstico e tratamento tardios, a paciente obteve desfecho clínico satisfatório.



Resumo Inglês:

BACKGROUND: Perinatal Tuberculosis (TB) is a rare disease, transmitted during pregnancy or postnatal. Its clinical presentation is similar to congenital infections and neonatal sepsis, thus, remains underestimated and underdiagnosed.
CASE PRESENTATION: A 34 week female child, born vaginally, with no prenatal intercurrences. Was admitted in neonatal Intensive Care Unit (ICU) in need of ventilatory support and antibiotic therapy for presumed neonatal sepsis. During the case evolution, a treatment for suspected fungical sepsis was initiated, and after 48h, the newborn showed bilateral otitis media and otomastoiditis. Meanwhile, the newborns mother was hospitalized with miliar TB. Thereby, the newborn was treated for latent TB with Rifampicin, and a lymph node exeresis was made for tuberculosis quick testing (TRM-Ultra) and culture. Since the TRM-Ultra was positive, the treatment was switched to Rifampicin, Isoniazid and Pyrazinamide in order to treat presumed Perinatal TB. The newborn has evolved well and the culture demonstrated Mycobacterium tuberculosis.
DISCUSSION: The congenital form of Perinatal TB is transmitted intrauterus by mothers with severe and/or genital TB, while postnatal occurs due to newborns contact with bacilliferous individual after birth. The diagnosis, as the differentiation between the two forms, are hampered by non-specific clinical manifestations.
CONCLUSION: This case demonstrates the importance of considering perinatal TB in unspecified symptomatology cases that are not responsive to conventional antibiotic therapy. Despite the uncertainty regarding the time of infection, besides late diagnosis and treatment, the patient obtained a satisfactory clinical outcome.