Um grande poeta brasileiro contemporâneo, nem sempre de leitura fácil e, por isso mesmo, não muito vulgarizado na literatura acadêmica hodierna, relata uma experiência infantil que lhe permitiu ingressar de cheio na trajetória da realização de sua fecunda vocação literária. Ao vislumbrar homens limpando alguns pedaços de osso com materiais apropriados, sentiu desejo forte de escovar as palavras. Iniciava o caminho profissional de uma arqueologia da linguagem, procurando com sua fértil e grandiosa produção resgatar os tesouros ocultos e empoeirados pelo tempo.