Este artigo busca fazer um balanço da pesquisa antropológica em saúde no Brasil e seu impacto internacional à luz das antropologias mundiais e das discussões sobre modernidade e colonialismo. Desde 1970, uma rede de antropólogos que pesquisa o tema da saúde tem se formado e consolidado, acompanhando a expansão dos programas de pós-graduação no paÃs. Descreve-se no artigo o surgimento
de grupos de pesquisa, as reuniões e as publicações, com o objetivo de caracterizar a antropologia da saúde brasileira como um programa de pesquisa distinto das antropologias norte-americanas e europeias chamadas médicas, da saúde ou da doença. Para explorar a participação de pesquisadores brasileiros no discurso global sobre saúde e, mais especificamente, no diálogo norte-sul, foram analisadas a visibilidade e a circulação das referências sobre as publicações acadêmicas na área. De uma perspectiva comparada, argumentamos que o impacto internacional das pesquisas antropológicas sobre
saúde feitas no Brasil reflete tanto processos históricos e polÃticos desta pesquisa como a dinâmica de realização e circulação da produção acadêmica e cientÃfica no plano internacional, assim como pers
pectivas, interesses, ethos e valores dospesquisadores brasileiros nesse campo do conhecimento.