A presença ostensiva dos militares na agenda política brasileira é uma realidade que persiste desde os tempos de sua independência político-administrativa de Portugal. Ao longo dos anos, a participação das Forças Armadas nos destinos políticos do país vem se intensificando por meio de concessões constitucionais e deliberações da própria sociedade através de seus representantes nos parlamentos. Este viés da construção administrativa do Estado brasileiro destoa inteiramente das práticas democráticas vigentes e cultuadas nos Estados centrais, que primam pelas práticas democráticas. As recentes e desastrosas experiências históricas das ações militares no processo de construção e aperfeiçoamento da democracia no Brasil não se consolidaram como ensinamento. Muito pelo contrário, hoje, são bandeiras de luta levantadas, como sempre, por pequenas parcelas da população brasileira que vivem, nababescamente, em razão da miséria e do desamparo de quase totalidade do povo.