Propomos neste estudo uma reflexão sobre a relação entre o racismo e a divisão de terras na sociedade brasileira durante o final do século XIX e início do século XX. Este período é notório pela adesão de uma parcela de intelectuais brasileiros às teorias do determinismo raciológico e eurocentrismo. Utilizamos como ponto de partida a análise do romance naturalista "Canaã" (1902), elaborado por Graça Aranha. Através desta análise, buscamos explorar temas como a emigração europeia, as estratégias de branqueamento da população adotadas no Brasil, as influências das doutrinas higienistas, bem como o preconceito racial, e de que forma todos esses elementos se relacionam com a dinâmica da posse de terra. Dentro desse contexto, a literatura naturalista brasileira emerge como uma janela para as cenas do cotidiano durante a Primeira República, revelando rotinas enraizadas de opressão social e racial. Nossa intenção se concentra em conduzir uma análise sólida, fundamentada em fontes bibliográficas e documentais, a fim de construir um embasamento robusto para uma discussão acadêmica enriquecedora. Nesse diálogo, abordamos os temas do racismo, literatura brasileira e a divisão de terras no Brasil, visando aprofundar a compreensão dessas questões multifacetadas que moldaram o passado e têm relevância inegável no presente.