UM ESTUDO HISTÓRICO E ANTROPOLÓGICO SOBRE O FILME BOLIVIANO LA NACIÓN CLANDESTINA

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Endereço:
Universidade Estadual do Maranhão, Curso de História, Campus Paulo VI, Bairro Tirirical
São Luís / MA
Site: http://www.outrostempos.uema.br
Telefone: (98) 3245-6141
ISSN: 18088031
Editor Chefe: Marcelo Cheche Galves
Início Publicação: 13/04/2004
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: História

UM ESTUDO HISTÓRICO E ANTROPOLÓGICO SOBRE O FILME BOLIVIANO LA NACIÓN CLANDESTINA

Ano: 2012 | Volume: 9 | Número: 14
Autores: ROSELINE MEZACASA
Autor Correspondente: ROSELINE MEZACASA | [email protected]

Palavras-chave: Cinema, Colonialismo, Aymara

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

No presente texto, buscam-se algumas aproximações entre história, antropologia e cinema a partir da análise do filme boliviano “La Nación Clandestina”, produzido pelo cineasta Jorge Sanjinés e lançado em 1989. O filme retrata elementos históricos e culturais do povo Aymara, tendo como protagonista Sebastián, membro deste grupo étnico. Por meio desta personagem principal, o cineasta monta uma trama de tensões e conflitos interétnicos, evidenciando as complexas relações entre indígenas e não indígenas, diante do contexto do golpe militar na Bolívia na década de 1960. Uma característica associada ao cinema produzido por Jorge Sanjinés é o realismo italiano, que almejava produções fílmicas junto ao povo, mostrando as realidades sociais e políticas nos mais variados espaços. O filme busca as relações existentes no interior da comunidade Aymara, sua cosmologia, estrutura de organização social, práticas e rituais feitos pelos indígenas, para, então, fazer o paralelo com a sociedade não índia da Bolívia, que transforma em clandestinidade práticas produzidas há séculos pelos grupos étnicos. Daí o nome “La Nación Clandestina”, pois apresenta uma Bolívia indígena que se torna clandestina dentro de seus próprios territórios imemoráveis. Abordar-se-á essa produção fílmica pelo viés da antropologia do colonialismo, tendo em vista a permanência do colonialismo interno na Bolívia após os processos de independência. O filme é permeado de complexidades e possibilita reflexões importantes para pensar as relações entre os universos indígenas e os não indígenas, dentro de um Estado-Nação que produz no seu interior “nações clandestinas”.



Resumo Inglês:

In this text, looking up some links between history, anthropology and film from the analysis of the Bolivian film "La Nación Clandestine", produced by filmmaker Jorge Sanjinés and released in 1989. The film portrays historical and cultural elements of the Aymara people, whose protagonist Sebastian, a member of this ethnic group. Through this character, the filmmaker assembles a web of tensions and interethnic conflicts, highlighting the complex relationships between indigenous and non-indigenous, given the context of the military coup in Bolivia in the 1960s. A feature associated with the film is produced by Jorge Sanjinés Italian realism, which aimed to 'films with the people, showing the social and political realities in various spaces. The film seeks to existing relationships within the Aymara community, their cosmology, social organization structure, practices and rituals performed by indigenous, to then make the parallel with the non-Indian society in Bolivia, which turns into hiding practices produced for centuries by ethnic groups. Hence the name "La Nación Clandestine", because it presents a Bolivian native who becomes illegal within their own territories immemorial. Approach will this movie production by the bias of anthropology of colonialism, in view of the permanence of internal colonialism in Bolivia, after the process of independence. The film is riddled with complexities and provides important considerations to think about the relationship between universes indigenous and non-indigenous people within a nation-state that produces inside "clandestine nations."