O mercado de ações brasileiro é caracterizado por empresas com grande concentração de poder nas mãos de poucos acionistas controladores. A existência de ações preferenciais sem direito a voto reforça o chamado conflito de agência entre acionistas controladores e acionistas minoritários, ensejando estruturas de propriedade nas quais o controle pode ser exercido com uma participação relativamente pequena sobre o total de ações emitidas pelas companhias. A concentração de propriedade permitiria a possibilidade de expropriação dos direitos dos minoritários. Diversos estudos empÃricos vêm sendo realizados ao longo dos últimos anos com o objetivo de avaliar a influência da estrutura de propriedade das ações sobre o valor de mercado das companhias. Nesse contexto, o presente trabalho pretende trazer novas contribuições, com ênfase na participação de ações preferenciais na estrutura de propriedade. Neste trabalho, usando uma amostra de 121 empresas negociadas na BM&FBOVESPA, a partir de teste de diferença de médias, rejeita-se a hipótese de igualdade de valor de mercado entre empresas que só possuem ações ON em sua estrutura de propriedade, em relação à s que possuem ambos os tipos, ON e PN. Em continuidade, usando modelos de regressão linear, encontra-se relação negativa, estatisticamente significativa, entre valor de mercado das empresas e as variáveis utilizadas para caracterizar a estrutura de propriedade, em especial, para a diferença entre o percentual de participação dos acionistas não controladores no total de ações PN e o percentual de participação dos acionistas controladores no total de ações PN.