O estudo analisa a obra Os Muckers, produzida pelo jesuíta alemão Ambrósio Schupp, que chegou no Brasil em 1874, quando o conflito Mucker (1868-1874) chegava ao fim. Investigamos parte das representações construídas pelo jesuíta sobre os Mucker e procuramos entender como essas serviram de base para a produção de uma memória que, durante muitas décadas, procurou evidenciar uma única imagem sobre o Ferrabraz – lugar onde o conflito ocorreu – e também sobre Jacobina, a mulher que liderou os Mucker. Discutimos como esses discursos – fundamentados em uma determinada concepção de ciência e de narrativa histórica – acabaram sendo responsáveis, em grande parte, pela difusão de representações que se solidificaram nas décadas seguintes e imprimiram uma noção “de verdade” sobre o episódio.
This study analyzes the work Os Muckers, produced by the German Jesuit Ambrósio Schupp, who arrived in Brazil in 1874, when the Mucker conflict was ending (1868-1874).We investigate part of the representations constructed by the Jesuit about the Mucker and we seek to understand how these were the basis for the production of a memory that, over many decades, sought to highlight a single image about the Ferrabraz –place where the conflict occurred –and also about Jacobina the woman who led the Mucker. We discuss how these speeches –grounded on a particular conception of science and historical narrative –ended up being responsible, mostly, by the diffusion of representations that had solidified in the following decades and have printed a notion "the truth" about the episode.