O artigo traz uma reflexão sobre O Museu do Sertão de Monte Santo-Ba, um espaço constituÃdo para abrigar as memórias locais, em um território culturalmente rico, mas que não interage com este, permanecendo desabrigado das memórias mais significativas, já que não houve a participação da comunidade, como acontece nos museus participados. Por ter sido construÃdo sem uma musealzação identitária, com ênfase nas relações culturais e sociais homem/território, continua desabrigado da história do local, valorizando objetos enquanto produtos
da cultura, mas que não valoriza os seus processos, os seus atores como protagonistas dessa cultura. Ou, com a valorização de objetos que apontam apenas para a memória de uma determinada classe, como se quisesse subjugar ou apagar outras memórias tão quanto, ou mais relevantes. Impele-nos a questionar sobre a divergência social, a preservação da memória apenas de uma classe que se sobressaiu pelo poder econômico, anulando outras memórias, outros fatos, outros protagonistas importantes para o entendimento da história local e seu sentido de pertencimento, fazendo uma reflexão a partir do seu acervo, que conta por meio de reproduções fotográficas, as memórias de uma guerra que dizimou mais de vinte mil sertanejos, mas que não trata dos seus reais motivos, nem coloca em evidência as principais vÃtimas, os sertanejos da própria região em que se localiza, reproduzindo a visão conservadora e tendenciosa dos fatos.
The article presents a reflection on The Sertão Museum of Monte Santo-Ba, a space constituted to shelter the local memories, in a culturally rich territory, but that does not interact with this, remaining homeless of the most significant memories, since there was no Community participation, as happens in the participating museums. Because it was built without an identity museum, with an emphasis on the cultural and social relations of man / territory, it remains homeless in the history of the place, valuing objects as products of culture, but that does not value its processes, its actors as protagonists of that culture. Or, by valuing objects that point only to the memory of a certain class, as if it wanted to subjugate or erase other memories as far as, or more relevant. It pushes us to question social divergence, the preservation of memory only of a class that excelled by economic power, canceling other memories, other facts, other important protagonists for the understanding of the local history and its sense of belonging, making a reflection From his collection, which recounts through photographic reproductions the memories of a war that decimated more than twenty thousand sertanejos, but which does not address their real motives, nor does it highlight the main victims, the sertanejos of the region itself Which is located, reproducing the conservative and biased view of the facts.