O presente artigo é resultado de um trabalho de investigação da trajetória do Padre e Professor Régio de Primeiras Letras, João Pedro de Almeida, que atuou em aldeias indÃgenas nas últimas décadas do século XVIII na região do Sertão Leste da Capitania de Minas Gerais. Nesse perÃodo a fronteira colonial da Capitania passava por um processo de expansão em direção à mesma região povoada por grupos indÃgenas, entre eles os botocudos. Tal processo foi marcado por um conjunto de estratégias de conquista dos Ãndios e seu território, efetivadas em duas frentes: a violência e a educação. Aos Ãndios que resistiam à colonização, a reação foi a guerra; já junto aos Ãndios aldeados, práticas educativas dirigidas por um ideal civilizador foram experimentadas. Apresento o trabalho de João Pedro de Almeida como representativo da frente da educação e analiso sua atuação à luz das legislações indigenistas coloniais, procurando destacar do discurso civilizador a dinâmica da alteridade do europeu em relação ao Ãndio.