Os debates acerca das reconfigurações do mundo do trabalho na contemporaneidade têm se demonstrado peculiarmente sintomáticos ao suporem que, em decorrência de teses como as do condicionamento pós-industrial, pós-moderno e pós- -capitalista das sociedades do tempo presente, as relações de produção estariam não mais limitando, mas impulsionando emancipatoriamente o desenvolvimento das forças produtivas. Revisitando algumas das clássicas contribuições acerca da divisão social do trabalho nas sociedades modernas, este artigo tem por objetivo analisar as recentes disposições que, de modo análogo aos tradicionais estudos sobre as relações entre as instâncias de produção, distribuição, troca e consumo, têm apresentado a similar tendência em reduzir o diagnóstico do modo de produção e sistema social capitalista à contemplação das transformações do mundo do trabalho, fundamentando assim um necessário retorno à crítica da economia política para a efetiva compreensão dos significados impressos pela aplicação de novas técnicas, tecnologias e conhecimentos científicos às relações de produção atualmente vigentes.