Este artigo analisa a constituição do tempo da narrativa de Guimarães Rosa em "Um moço muito branco", conto de Primeiras estórias. Parte da hipótese de que esse tempo funciona reatualizando um tempo mÃtico em que significam ritos de passagem, modelos mÃsticos e diferentes arquétipos simbólicos. A análise explicita que a construção temporal em "Um moço muito branco" ressalta ali uma trama ficcional que guarda relações temático-semânticas e discursivas tanto com o mito quanto com o conto maravilhoso, o que, em consequência, constitui e faz ressoar a força da polissemia da palavra e da escritura rosiana.
This article analyses how narrative time is organized in Guimarães Rosa's short story "Um moço muito branco" that belongs to his book Primeiras estórias. It validates the hypothesis according to which time in "Um moço muito branco" updates a mythical time in which rituals and rites of passage, mystical patterns and different symbolical archetypes mean. The analysis shows that the construction of narrative time in "Um moço muito branco" highlights a fictional plot that keeps meaning and discursive relations with both the myth and the folktale models. And that, consequently, constitutes and resonates the polysemic strength of Rosa's word and writing.