O objetivo deste artigo é investigar como e até que ponto Michael Porter continua
atraindo o interesse dos pesquisadores no Brasil vis-Ã -vis outras possibilidades de explicar e
prescrever a estratégia. O paradigma porteriano foi operacionalizado pelos seus elementos:
grupos estratégicos, estratégias genéricas, modelo das cinco forças e cadeia de valor.
Analisaram-se artigos do EnANPAD de 1998 a 2008 e do 3Es de 2003, 2005 e 2007. Os
resultados apontam um declÃnio na utilização do paradigma porteriano como eixo principal
das pesquisas em estratégia. Dos seus elementos, as estratégias genéricas e o modelo das
cinco forças são os mais empregados, enquanto que os conceitos de grupos estratégicos e
cadeia de valor são os que menos receberam atenção por parte dos pesquisadores em
estratégia no Brasil. A análise da metodologia e da finalidade da utilização dos elementos
investigados indica que a “vida porteriana†no Brasil foi marcada pelo uso acrÃtico de seus
conceitos para descrever a realidade da estratégia. Não há evidências de tentativas
consistentes e sistemáticas de testar ou adaptar o paradigma porteriano para o contexto
brasileiro. E, pelo visto, a tendência indica que não haverá.