O Brasil registra dados alarmantes de violência contra as mulheres e LGBTQ+. O país aparece em estáticas como o quinto mais violento para as mulheres e o mais mortal do mundo para os homossexuais. Por outro lado, políticas progressistas de proteção e apoio aos dois grupos foram adotadas por diferentes governos nas últimas décadas gerando marcos históricos. Embora consideradas de vanguarda, essas ações não representaram, necessariamente, uma redução da violência. Uma explicação para esse paradoxo entre políticas progressistas para proteção de mulheres e LGBTQ+ e a constante violência contra esses grupos pode ser encontrada em raízes históricas, culturais e religiosas. O artigo ressalta que, por mais que tenha havido avanços no Brasil, a ascensão de grupos conservadores e de ultradireita no país pode minar todo o progresso atingido nas últimas décadas, o que pode agravar ainda mais a problemática da violência de gênero no país.
Brazil records alarming rates of epidemic violence against women and LGBTQ+. According to statistics, the country ranks as the fifth most violent for women and the deadliest in the world for homosexuals. On the other hand, progressive poli- cies to support both groups have been implemented by different public administra- tions in the last decades generating remarkable milestones. Despite being considered as cutting-edge, those actions have not necessarily translated into a reduction of violence. One explanation for these paradoxes between progressive policies to protect women, LGBTQ+ and the frequent violence against these groups, might be found in historical, cultural, and religious roots. This article highlights that, notwithstanding that some progress was made in Brazil, the rise of conservative and far-right groups may under- mine all the advancement reached in the last decades, which could lead to the aggrava- tion of the gender-based violence in the country.