UMA CÂMERA EM VIAGEM: O OLHAR “DE FORA” EM A GRANDE ARTE

Revista Livre de Cinema

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ISSN: 2357-8807
Editor Chefe: Fernando Antonio Prado Gimenez
Início Publicação: 01/01/2014
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Multidisciplinar

UMA CÂMERA EM VIAGEM: O OLHAR “DE FORA” EM A GRANDE ARTE

Ano: 2020 | Volume: 7 | Número: Especial
Autores: Bulhões, M. M., Bulhões, R. M.
Autor Correspondente: Bulhões, R. M. | [email protected]

Palavras-chave: filme de viagem, olhar estrangeiro, cinema brasileiro.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O propósito deste artigo é analisar o filme A Grande Arte (1991) de Walter Salles, adaptação cinematográfica do romance policial homônimo de Rubem Fonseca. Uma vez que o filme de viagem é marca fundamental do cinema de Walter Salles – em que a migração e o trânsito transnacional fazem parte da trajetória dos personagens nas tramas –, que implicações de sentido despontam em uma adaptação na qual em vez do detetive do romance policial de Fonseca o protagonista é um fotógrafo norteamericano em passagem pelo Brasil? Uma vez que a crítica cinematográfica apontou, na fase de seu lançamento, que o filme incorporava um padrão de qualidade técnica de “filme americano”, buscaremos avaliar no próprio tecido do discurso cinematográfico o sentido de consonância entre a câmera fotográfica de viagem do protagonista que deposita seu olhar “de fora” e a própria impregnação do lastro do filme americano, o thriller policial. Assim, A Grande Arte sinalizaria, em fase inicial do chamado “cinema da retomada”, um desvio da “pobreza” como marca identitária da cultura cinematográfica brasileira representada pelo Cinema Novo.