Neste ensaio busca-se elucidar o sentido de uma Geografia que se pratica no dia a dia, evidenciando-a a partir de qualidades irrefletidas e primeiras, uma geograficidade (DARDEL, 2011). Parte-se do pressuposto de que as práticas espaciais do cotidiano se revelam em situações específicas no tempo e no espaço, criando conjunturas e contextos que viabilizam, através do pensar em escala e de momentos de síntese perceptiva, a construção de territorialidades, assim como a regionalização de nossas ações no dia a dia. Conclui-se que a dimensão espacial das práticas e ações cotidianas – dimensão inevitavelmente imbricada com a vida e o viver – diz respeito a “recortes” que vão do próximo ao distante, do concreto ao abstrato; e que esses modos de criar e produzir espaços no dia a dia nos enredam, inexoravelmente, em tramas de relações e situações que vão permear nossos lugares, territórios, paisagens e regiões cotidianos.
This essay seeks to elucidate the meaning of a Geography that is practiced on a daily basis, evidencing it from unreflective and first qualities, a geographicity (DARDEL, 2011). It is based on the assumption that the spatial practices of everyday life reveal themselves in specific situations in time and space, creating conjunctures and contexts that enable, through thinking in scale and moments of perceptual synthesis, the construction of territorialities, as well as the regionalization of our actions day after day. We conclude that the spatial dimension of everyday practices and actions - a dimension inevitably intertwined with life and living - concerns “cuts” that range from near to distant, from concrete to abstract; and that these ways of creating and producing spaces on a daily basis inexorably entangle us in nets of relationships and situations that will permeate our everyday places, territories, landscapes, and regions.
En este ensayo, buscamos dilucidar el significado de una Geografía que se practica diariamente, evidenciando a partir de irreflexivas y primeras cualidades, una geografía (DARDEL, 2011). Se basa en la suposición de que las prácticas espaciales de la vida cotidiana se revelan en situaciones específicas en el tiempo y el espacio, creando coyunturas y contextos que permiten, a través del pensamiento en escala y momentos de síntesis perceptiva, la construcción de territorialidades, así como regionalización de nuestras acciones a diario. Concluimos que la dimensión espacial de las prácticas y acciones diarias, una dimensión inevitablemente entrelazada con la vida y la vida, se refiere a "cortes" que van de lo cercano a lo distante, de lo concreto a lo abstracto; y que estas formas de crear y producir espacios diariamente nos enredan inexorablemente en redes de relaciones y situaciones que impregnarán nuestros lugares, territorios, paisajes y regiones cotidianas.