O presente artigo propõe uma breve reflexão sobre o conceito do discurso de „outrem‟, introduzido por Mikhail Bakhtin (1929) em sua obra “Marxismo e Filosofia da Linguagemâ€, fazendo uma aproximação com o conceito de heterogeneidade, preconizado pela Escola Francesa da Análise de Discurso. Neste trabalho, a tentativa é a de pontuar alguns aspectos referentes à maneira como o conceito de dialogismo vai se construindo no pensamento bakhtiniano e, ao mesmo tempo, instaurando uma fértil polêmica com vertentes clássicas da linguÃstica e da estilÃstica. Pretendo, desse modo, demonstrar como o outro se incorpora ao discurso do „um‟ para produzir sentido, o que supõe que nenhum discurso é homogêneo, nem desprovido de sujeito, sendo sempre atravessado por outros discursos, outras vozes.