Ao analisarmos a relação da literatura com a tecnologia, percebemos que, se no nÃvel temático há uma tendência a uma representação negativa dos avanços tecnológicos, no nÃvel estrutural e estético, porém, o certo é que houve vários avanços, haja vista a cyberfiction. No Brasil, paÃs em que tradicionalmente a literatura esteve marcada pela denúncia social, a entrada na pós-modernidade, com seus processos de globalização e de aprimoramento tecnológico, algumas modificações começam a operar nos dois nÃveis. Para verificar essas transformações, o trabalho discute alguns aspectos do romance Favelost (the book), de Fausto Fawcett. Aproximando-se da ciberficção, a obra destaca-se pelo uso recursos de linguÃsticos como o neologismo, a ironia, o trocadilho, jogos de palavras etc. A exploração da linguagem, assim, torna-se uma espécie de revitalização da literatura sem a preocupação quase realÃstica que tem sido uma das principais marcas da literatura brasileira contemporânea. Sob as leituras do filósofo Pelbart (2013) do niilismo nietzschiano, a profusão de signos que se inscrevem no corpo da narrativa pode ser uma amostra de um resgate daquilo que é marca mais profunda do humano e da literatura: a representação simbólica.