Uma poesia descentrada ou os pais de Álvaro de Campos

Revista Diálogos Mediterrânicos

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ISSN: 22376585
Editor Chefe: André Luiz Leme
Início Publicação: 31/05/2012
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: História

Uma poesia descentrada ou os pais de Álvaro de Campos

Ano: 2016 | Volume: 0 | Número: 11
Autores: Silvio Cesar dos Santos Alves
Autor Correspondente: ALVES, S. C. dos S. | [email protected]

Palavras-chave: História; Literatura; Artes

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Num texto de 1966, intitulado “Uma literatura desenvolta ou os filhos de Álvaro de Campos”, Eduardo Lourenço aponta os ficcionistas portugueses emergentes entre as décadas de 50 e 60 como os legítimos descendentes do mais modernista dos heterônimos pessoanos, na medida em que se afastavam de certo compromisso com a ética e com a ideologia, desvalorizando o discurso logocêntrico e as grandes narrativas. Partindo dos pressupostos laurentinos, pretendemos demonstrar em que sentido a poesia de Carlos Fradique Mendes, criado em 1869, a partir de uma experiência heteronímica coletiva levada a termo por Antero de Quental, Eça de Queirós e Jaime Batalha Reis, pode ser vista como antecipatória das inovações estéticas que Eduardo Lourenço afirma terem sido trazidas à poesia portuguesa pelo heterônimo futurista de Pessoa e retomadas pelos autores da “Nova Literatura”. Logo, em vez dos “filhos”, trataremos daqueles que, seguindo o mesmo raciocínio traçado por Lourenço, podem ser vistos como os “pais” geracionais ou intelectuais de Álvaro de Campos.