Uma poesia descentrada ou os pais de Álvaro de Campos
Revista Diálogos Mediterrânicos
Uma poesia descentrada ou os pais de Álvaro de Campos
Autor Correspondente: ALVES, S. C. dos S. | [email protected]
Palavras-chave: História; Literatura; Artes
Resumos Cadastrados
Resumo Português:
Num texto de 1966, intitulado “Uma literatura desenvolta ou os filhos de Ãlvaro de Camposâ€, Eduardo Lourenço aponta os ficcionistas portugueses emergentes entre as décadas de 50 e 60 como os legÃtimos descendentes do mais modernista dos heterônimos pessoanos, na medida em que se afastavam de certo compromisso com a ética e com a ideologia, desvalorizando o discurso logocêntrico e as grandes narrativas. Partindo dos pressupostos laurentinos, pretendemos demonstrar em que sentido a poesia de Carlos Fradique Mendes, criado em 1869, a partir de uma experiência heteronÃmica coletiva levada a termo por Antero de Quental, Eça de Queirós e Jaime Batalha Reis, pode ser vista como antecipatória das inovações estéticas que Eduardo Lourenço afirma terem sido trazidas à poesia portuguesa pelo heterônimo futurista de Pessoa e retomadas pelos autores da “Nova Literaturaâ€. Logo, em vez dos “filhosâ€, trataremos daqueles que, seguindo o mesmo raciocÃnio traçado por Lourenço, podem ser vistos como os “pais†geracionais ou intelectuais de Ãlvaro de Campos.