O artigo concebe uma leitura da influência dos movimentos de libertação colonial na África no discurso político da Revolução do 25 de Abril (1974). Para isso, será problematizada a relação entre a tradição crítica revolucionária e o colonialismo, observando a novidade que se erigia, nesse âmbito, acerca da capacidade das lutas sociais em contexto colonial. O argumento principal reposiciona a participação dos agentes na derrocada do colonialismo salazarista, em termos de uma relação anticolonial dos movimentos de libertação, os quais apresentaram reflexos duais, no centro e nas ex-colônias, um elo essencial para se compreender como as dinâmicas políticas pós-coloniais foram responsáveis pela abertura democrática portuguesa.
The article conceives a reading of the influence of colonial liberation movements in Africa on the political discourse of the Portuguese Revolution of 25 April 1974. For this, the relationship between the revolutionary critical tradition and colonialism will be problematized, observing the novelty that arose in this context about the capacity of social struggles in a colonial context. The main argument repositions the participation of the agents in the collapse of the salazarism and colonialism, in terms of an anticolonial relationship of the liberation movements, which presented dual reflexes, in the metropolitan centre and in the former colonies, an essential link to understand how post-colonial political dynamics were responsible for the Portuguese democratic opening.