No início dos anos 1960, a discussão do tema antropológico atravessa o campo do debate filosófico francês. Ela implica também em uma redefinição da filsofia e da política em diferentes níveis. Trata-se do segundo episódio do grande questionamento antropológico que teve lugar no século XX, uma vez que o primeiro teve a ver com a grande empreitada filosófica alemã que se desenha nas obras de Max Scheler, Martin Heidegger, Helmuth Plessner, Arnold Gehlen, e Ernst Cassirer,entre outros. No início dos anos 1960,as questões do debate são de uma outra ordem. O que está no centro desta reflexão é tanto uma discussão radical da questão da antropologia como de uma tentativa de definir a função e o estatuto da crítica na reflexão contemporânea. Foucault faz da crítica da antropologia o ponto de partida, ao mesmo tempo, de sua crítica do papel e da função das ciências humanas no dispositivo do saber/poder das sociedades modernas e contemporâneas e de toda a trajetória filosófica na qual ele vai envolver suas pesquisas durante na duração de sua vida. Ele tenta compreender qual a significação do campo do conhecimento empírico que vem de emergir nesta época com a pretensão de constituir uma ciência, a antropologia. A antropologia termina por querer reatar a experiência do homem e a filosofia em um movimento onde o homem dá sua verdade como alma da verdade. É a este movimento que Nietzsche colocou um fim, quando mostrou que a morte de Deus se acompanha da morte do homem; que a morte de Deus é o fim da metafísica, e o lugar deixado livre não é absolutamente o homem que o toma. A crítica da questão antropológica é o ponto de partida de uma análise tendo por temamaior o problema da desconstrução e da reconstrução do sujeito, a saber, da desconstrução do sujeito como causa (princípio, origem)e da reconstrução da subjetividade como efeito
In the beginning of the 20thcentury,the discussion of the anthropological theme across the field of French philosophical debate. It also implies a redefinition of philosophy and politics at different levels. This is about the second episode of great anthropological questioning that took place in the 20th century, since the first had to do with the great German philosophical works which draws on the writings of Max Scheler, Martin Heidegger, Helmuth Plessner, Arnold Gehlen, and Ernst Cassirer, among others. In the early 1960, the issues of the debate are of a different order. What is at the heart of this reflection is both a radical discussion issue of anthropology as an attempt to define the role and status of criticism in contemporary thought. Foucault makes the anthropological critiquethepoint of departure, at the same time, in his review of the role and function of the Humanitieson the device knowledge-power of modern and contemporary societies and the whole philosophical trajectory in which he will involve hissearches during the duration of his life.He tries to understand what the meaning of the field of empirical knowledge that comes to emerge at this time with the claim to be a science, anthropology. Anthropology ends up wanting to resume human experience and philosophy in a move where the man gives his truth as the soul of truth.It is at this movement that Nietzsche put an end, when he showed that the death of God accompanies the death of man;thatdeath of God is the end of metaphysics, and the place leftfreeisn't absolutely the man who takes. The critiqueof the anthropologicalquestion is the starting point of an analysis with larger theme the problem ofsubject’sdeconstruction and reconstruction, namely, the deconstruction of the subject as a cause (principle, origin) and reconstruction of subjectivity as effect.
Au début des années 1960 la mise en discussion du thème anthropologique traverse le champ du débat philosophique français. Elle implique aussi une redéfinition de la philosophie et du politique à différents niveaux. Il s’agit du deuxième épisode du grand questionnement anthropologique qui a eu lieu dans la philosophie du 20esiècle; le premier ayant affaire à la grande entreprise philosophique allemande qui se dessine dans les œuvres de Max Scheler, Martin Heidegger, Helmuth Plessner, Arnold Gehlen, et Ernst Cassirer, entre autres. Au début des années 1960 les enjeux du débat sont d’une autre nature. Ce quiest au centre de cette réflexion est aussi bien une mise en discussion radicale de la question de l’anthropologie qu’une tentative de redéfinir la fonction et le statut de la critique dans la réflexion contemporaine. Foucault fait de la critique de l’anthropologie le point de départ à la fois de sa critique du rôle et de la fonction des sciences humaines dans le dispositif du savoir/pouvoir des sociétés modernes et contemporaines, et de toute la trajectoire philosophique dans laquelle il va impliquer ses recherches sa vie durant. Il essaie de comprendre quelle est la signification de ce champ de la connaissance empirique qui vient d'émerger à cette époque avec la prétention de constituer une science, l'anthropologie. L'anthropologie finit par vouloir relierl'expérience de l'homme et la philosophie dans un mouvement où l'homme donne sa vérité comme âme de la vérité. C'est à ce mouvement que Nietzsche a mis un terme lorsqu'il a montré que la mort de Dieu s'accompagne de la mort de l'homme; que la mort de Dieuest la fin de la métaphysique, et la place restée vide ce n'est absolument pas l'homme qui la prend.La critique de la question anthropologique est le point de départ d’une analyse ayant pour thème majeur le problème de la déconstruction et de la reconstruction du sujet, à savoir de la déconstruction du sujet comme arché (cause, principe, origine) et de la reconstruction de la subjectivité comme effet.