Universalidade versus contingência: o desafio interdisciplinar face às diferentes culturas epistemológicas da Física e da Biologia

Revista Helius

Endereço:
Avenida da Universidade, 850 - Campus Betânia - Alto da Brasília
Sobral / CE
62040370
Site: https://helius.uvanet.br/index.php/helius/
Telefone: (88) 3611-6370
ISSN: 23578297
Editor Chefe: Fabrício Klain Cristofoletti
Início Publicação: 06/02/2014
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Filosofia

Universalidade versus contingência: o desafio interdisciplinar face às diferentes culturas epistemológicas da Física e da Biologia

Ano: 2020 | Volume: 3 | Número: 2
Autores: Hilda Helena Sovierzoski, Maria das Graças Leopardi Gonçalves, Jenner Barretto Bastos Filho
Autor Correspondente: Hilda Helena Sovierzoski | [email protected]

Palavras-chave: Reducionismo. Emergentismo. Universalidade. Contingência. Epistemologia.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Exploramos aqui alguns aspectos tanto das identidades quanto das divergências entre as tradições que se constituíram nas Ciências da Física e da Biologia. Enfatizamos que, devido às culturas epistemológicas distintas, grupos de pesquisadores adotam diferentes significados em relação aos mesmos termos e que tal circunstância constitui um obstáculo a ser superado em prol do debate interdisciplinar fértil. Discutimos, na trilha de Mayr (1982), os obstáculos epistemológicos com os quais se deparou a afirmação do paradigma evolucionista. Consideramos que o foco exagerado na escala microscópica, tal como acontece na abordagem reducionista dos genes, pode se constituir em obstáculo epistemológico para a compreensão da especiação geográfica. Argumentamos também que as divergências e disparidades de estatutos epistemológicos entre Física e Biologia iluminam bem mais a discussão do que as suas identidades. Atenção especial foi atribuída à discussão sobre os pares dialéticos “universalidade versus contingência” e “redução versus emergência”.



Resumo Inglês:

We explore here some aspects of identities and divergences between the traditions that were constituted in the Sciences of Physics and Biology. We emphasize that, due to different epistemological cultures, groups of researchers adopt different meanings under the same terms and that this circumstance constitutes an obstacle to be overcome in favor of the fertile interdisciplinary debate. We discussed, on Mayr's (1982) trail, the epistemological obstacles that the affirmation of the evolutionist paradigm faced. We consider that the exaggerated focus on the microscopic scale, as in the reductionist approach to genes, can constitute an epistemological obstacle to understanding geographic speciation. We also argue that the divergences and disparities in epistemological statutes between Physics and Biology illuminate the discussion much more than their identities. Special attention was given to the discussion on the dialectical pairs 'universality versus contingency' and 'reduction versus emergency'.