O papel da universidade no mundo moderno e no contexto atual de
sociedade vem sendo discutido por diversos autores e sujeitos atuantes
neste campo, primordialmente na área da Educação. A pressão das
polÃticas estatais no sentido de uma aproximação da universidade com o
mercado e as mudanças internas, tendo como base o padrão oriundo desse
mercado, têm levantado questionamentos, que precisam ser discutidos.
Estas discussões abrangem as mais diversas formações profissionais
proporcionadas pela universidade; e o curso de Administração,
historicamente construÃdo com base em uma visão dominante da realidade
social centrada no mercado, não pode se eximir deste processo de
reflexão. Neste contexto, o objetivo deste artigo, um ensaio teórico, é
refletir acerca da função da universidade na sua relação com a sociedade,
especificamente acerca da formação do administrador, apontando os
espaços onde o trabalho do administrador é pertinente e refletindo sobre o
conhecimento disponÃvel e disseminado sobre organizações e gestão,
apontando os limites da concepção de organização predominante nos
ensinamentos da administração. As conclusões apontam para a realidade
de um curso fortemente alicerçado em uma visão hegemônica da área,
voltado para o mercado, porém insuficiente para dar conta das
necessidades dele. Subjacente a esta questão está a literatura utilizada na
formação dos administradores no Brasil, a qual reforça a ausência de
perspectiva crÃtica, quer pelo uso de manuais, quer pelo emprego da
chamada literatura pop management.