Uso da canela na prevenção e tratamento do Diabetes Mellitus

Revista Brasileira De Nutrição Funcional

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Início Publicação: 30/04/2010
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Nutrição

Uso da canela na prevenção e tratamento do Diabetes Mellitus

Ano: 2018 | Volume: 39 | Número: 74
Autores: A. C. Nóbrega, C. Komatsu
Autor Correspondente: A. C. Nóbrega | [email protected]

Palavras-chave: Cinnamomum, canela, diabetes mellitus.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Diabetes mellitus é classificado como um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos caracterizados por hiperglicemia resultante
de defeitos na ação da insulina, na secreção, ou em ambas. No diabetes tipo 1 (DM1) ocorre destruição das células beta-pancreáticas,
levando à deficiência de insulina. Já o diabetes tipo 2 (DM2) é resultante de defeitos na produção e ação da insulina e na regulação da
produção hepática de glicose. O diabetes gestacional (DMG) associa-se tanto à resistência à insulina quanto à sua menor produção.
A canela é uma especiaria obtida de várias espécies de árvores do gênero Cinnamomum, família Lauraceae, e em grego significa
“madeira doce”. Desde a Antiguidade, vem sendo usada para fabricação de óleos voláteis, e a casca da madeira, como especiaria. As
primeiras propriedades relatadas são sua ação antioxidante, seus efeitos antidiabéticos e ações antimicrobiana e antifúngica. O principal
composto bioativo da canela ainda não está esclarecido: parece ser o cinamaldeído, porém outros compostos têm demonstrado ação. Os
principais mecanismos sugeridos para a ação hipoglicemiante da canela são a redução do esvaziamento gástrico, inibição das enzimas
α-glicosidase e α-amilase pancreática, aumento dos níveis GLP-1, ativação dos receptores da insulina, aumento da expressão gênica e
maior translocação do GLUT-4, ativação do GLUT-1, redução da gliconeogênese e aumento da glicogênese, aumento da expressão de
PPAR-α e PPAR-γ. Estudos in vitro e in vivo favorecem o uso da canela para o controle glicêmico, porém o “n” reduzido dos estudos e
as evidências conflitantes, contraditórias e heterogêneas tornam a eficácia da canela questionável. Conclusão: há poucos estudos sobre
a canela em DM1, sem efeitos significativos em humanos; em DM2, os efeitos são melhores em pacientes descompensados; no DMG,
não é recomendado extrapolar os dados para humanos. A toxicidade da canela é baixa, e seu uso é seguro por até 4 meses, de acordo
os estudos. Doses usuais (pó ou extrato seco): 500 mg a 6 g/dia.



Resumo Inglês:

Diabetes is classified as a heterogeneous group of metabolic disorders characterized by hyperglycemia resulting from defects in insulin
action, secretion, or both. In type 1 diabetes (T1DM), beta-pancreatic cell destruction leads to insulin deficiency. Type 2 diabetes
(T2DM) is a result of defects in the production and action of insulin and in the regulation of hepatic glucose production. Gestational
diabetes (GDM) is associated with both insulin resistance and its decreased production. Cinnamon is a spice obtained from several
species of trees of the genus Cinnamomum, family Lauraceae, and in Greek it means "sweet wood". Since ancient times it has been
used for the manufacture of volatile oils, and the bark of wood, as spice. The first reported properties are its antioxidant action, anti-
diabetic effects and antimicrobial and antifungal actions. The major bioactive compound of cinnamon is still unclear: it seems to be
cinnamaldehyde, but other compounds have shown action. The main mechanisms suggested for the hypoglycaemic action of cinnamon
are gastric emptying reduction, inhibition of α-glycosidase and pancreatic α-amylase enzymes, increase of GLP-1 levels, activation of
insulin receptors, increase in gene expression and greater GLUT-4 translocation, activation of GLUT-1, reduction of gluconeogenesis
and increased glycogenesis, increased expression of PPAR-α and PPAR-γ. In vitro and in vivo studies favor the use of cinnamon for
glycemic control but the reduced "n" of the studies and the conflicting, contradictory and heterogeneous evidences make the cinnamon
efficacy questionable. Conclusion: there are few studies about cinnamon in T1DM, with no significant effects in humans; in T2DM, the
effects are better in decompensated patients; in GDM, it is not recommended to extrapolate data to humans. The toxicity of cinnamon
is low, and its use is safe for up to 4 months, according to studies. Usual doses (powder or dry extract): 500 mg to 6 g/day.