Os peixes exibem enorme diversidade morfológica em sua biologia e nos habitats que ocupam, constituindo aproximadamente a metade de todas as espécies de vertebrados já descritas. Adaptações morfo-funcionais, selecionadas ao longo da evolução, foram necessárias para que os peixes obtivessem sucesso no povoamento de ambientes tão diversos. Nesse contexto adaptativo, as brânquias dos peixes exercem papéis vitais, visto que, além de serem o principal sÃtio de trocas gasosas, também estão envolvidas nos processos de osmorregulação, equilÃbrio ácido-básico, excreção de compostos nitrogenados e gustação. Tendo em vista a necessidade dos animais aquáticos exporem ao ambiente grandes áreas de um tecido delicado, como as brânquias, estas podem servir como indicadores da qualidade da água. Pesticidas orgânicos, ácidos, sais, despejos industriais e metais pesados, além de provocarem alterações nos epitélios das brânquias, podem alterar a atividade da ATPase-Na-K, e dessa forma, o fluxo normal de Ãons. Alterações morfológicas mais encontradas em publicações cientÃficas, pela ordem, são: descolamento do epitélio; necrose; fusão lamelar; hipertrofia das células epiteliais; hiperplasia ou fusão das lamelas por crescimento
celular, reduzindo a área de superfÃcie respiratória; ruptura das células epiteliais; hipersecreção de muco; aneurisma lamelar; congestão vascular; proliferação de células secretoras de muco e de células de cloreto; infiltração de leucócitos no epitélio; e alterações no espaço sangüÃneo delimitado pelas células pilares. Estudos ultra-estruturais constituem-se em importante instrumento de avaliação dos testes de toxicidade aguda atualmente utilizados no Brasil.