Uso do Escore de Propensão na Análise de Custo-Efetividade com Utilização Seletiva de Stents Farmacológicos e Não-Farmacológicos

Revista Brasileira De Cardiologia Invasiva

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ISSN: 1041843
Editor Chefe: Áurea Jacob Chaves
Início Publicação: 31/12/1992
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Medicina

Uso do Escore de Propensão na Análise de Custo-Efetividade com Utilização Seletiva de Stents Farmacológicos e Não-Farmacológicos

Ano: 2012 | Volume: 20 | Número: 1
Autores: Esmeralci Ferreira, Denizar Vianna Araújo, Vitor Manuel Pereira Azevedo, Alcides Ferreira Jr., Camillo de Lellis Carneiro Junqueira, Bernardo Amorim, Edgar Freitas Quintella, Cyro Vargues Rodrigues, Antonio Farias Neto, Denilson Campos de Albuquerque
Autor Correspondente: Esmeralci Ferreira | [email protected]

Palavras-chave: Doença das coronárias, Stents farmacológicos, Análise custo-benefício.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Os estudos sobre a razão de custo-efetividade
dos stents farmacológicos (SFs) são escassos. Nosso objetivo
foi avaliar os resultados e comparar os custos (razão custo-
-efetividade incremental – RCEI) por reestenose evitada entre
SFs e stents não-farmacológicos (SNFs) utilizando o escore
de propensão. Métodos: Incluímos na análise 220 pacientes
tratados consecutivamente, dos quais 111 com SFs e 109
com SNFs. O escore de propensão foi usado para ajustar o
efeito da intervenção por meio de pareamento, estratificação
e ponderação. Resultados: Predominaram pacientes do sexo
masculino (67,7% vs. 66,9%; P = 0,53), com média de idade
de 65,9 anos. Pacientes tratados com SFs apresentaram maior
frequência de diabetes (54% vs. 17,4%; P < 0,001) e doença
triarterial (18,9% vs. 10,1%; P = 0,029) e pior função ventricular
(54,1% vs. 22%; P < 0,0001). O diâmetro dos stents
foi de 2,76 ± 0,35 mm vs. 2,91 ± 0,47 mm (P = 0,006) e
a soma do comprimento dos stents foi de 37,6 ± 23 mm
vs. 24,8 ± 15,8 mm (P < 0,0001). Reestenose ocorreu em
6,3% vs. 12,8% dos pacientes (P = 0,099) e em 4,1% vs.
9,8% das lesões (P = 0,048). Houve incremento de custo de
R$ 9.590,00 e a RCEI foi de R$ 147.538,00 por reestenose
evitada (acima do limiar da Organização Mundial da Saúde).
Entretanto, utilizando o escore de propensão, as variáveis que
melhor classificaram os pacientes para SFs e apresentam RCEI
máxima de R$ 4.776,96 foram idade > 72 anos, diabetes e
lesões com diâmetro < 3,2 mm e comprimento > 18 mm.
Conclusões: Apesar de os SFs não terem sido custo-efetivos
na população em geral, o escore de propensão demonstrou
que em idosos, diabéticos e pacientes com lesões longas ou
vasos de fino calibre o uso de SFs foi custo-efetivo.



Resumo Inglês:

Studies on the cost-effectiveness ratio of drug-eluting
stents (DES) are rare. Our objective was to evaluate the results
and compare costs (incremental cost-effectiveness ratio – ICER)
per restenosis avoided between DES and bare metal stents (BMS)
using the propensity score. Methods: Two hundred and twenty
consecutive patients were included in the study, of which 111
were treated with DES and 109 with BMS. The propensity score
was used to adjust the effect of the intervention, by means of
matching, stratification and weighing. Results: Most patients
were male (67.7% vs. 66.9%; P = 0.53), with a mean age of
65.9 years. Patients treated with the DES had a higher rate
of
diabetes (54% vs. 17.4%; P < 0.001), three-vessel disease (18.9%
vs. 10.1%; P = 0.029) and poor ventricular function (54.1% vs.
22%; P < 0.0001). The diameter of stents was 2.76 ± 0.35 mm
vs. 2.91 ± 0.47 mm (P = 0.006) and the sum of the lengths of
stents was 37.6 ± 23 mm vs. 24.8 ± 15.8 mm (P < 0.0001).
Restenosis was observed on 6.3% vs. 12.8% of the patients
(P = 0.099) and in 4.1% vs. 9.8% of the lesions (P = 0.048).
There was an incremental cost of R$ 9,500.00 and the ICER
was R$ 147,538.00 per restenosis avoided (above the World
Health Organization threshold). However, when the propensity
score was used, the variables that best classified patients for
DES and had a maximum ICER of R$ 4,776.96 were age > 72
years, diabetes and lesions with diameter < 3.2 mm and length
> 18 mm. Conclusions: Although DES were not cost-effective
in the overall population, the propensity score showed that
in elderly patients, diabetics and patients with long lesions or
small vessels, the use of DES was cost-effective.