A polifarmácia é uma conduta terapêutica muito comum em idosos. Trata-se da utilização concomitante de vários medicamentos. Essa prática possibilita o aparecimento de Problemas Relacionados a Medicamentos (PRMs), dificultando a eficácia do tratamento. Outra atenção a se ter em terapêutica de idosos é a utilização de medicamentos potencialmente perigosos para essa faixa etária. O presente trabalho tem o objetivo de identificar a presença da polifarmácia e o uso de medicamentos potencialmente inapropriados para idosos. Foram entrevistados 40 idosos, acima de 65 anos, participantes das atividades de um Centro de Convivência e que fazem ou não uso de medicamento contínuo. Observou-se que 17,5% dos entrevistados não eram polimedicados, 42,5% dos idosos foram classificados como polifarmácia menor (2 a 4 medicamentos) e 40% como polifarmácia maior (mais do que 4 medicamentos). As classes de medicamentos que mais contribuíram para a polifarmácia foram os anti-hipertensivos, anti-inflamatórios não esteroidais, estatinas, antivertiginosos, suplementos minerais e inibidores da bomba de prótons. Ao avaliar as prescrições constatou-se que 62,5% das farmacoterapias continham pelo menos uma interação medicamentosa e a prevalência do uso de medicamentos inapropriados em idosos foi de 40%. Verificou-se que o número elevado de fármacos prescritos aos idosos está associado ao risco do emprego de medicamentos inapropriados e a ocorrência de interações medicamentosas. Diante dos resultados, destaca-se a importância do acompanhamento farmacoterapêutico, através da atenção farmacêutica, para garantir o uso racional de medicamentos em idosos e obter uma farmacoterapia adequada.