A sustentabilidade das propriedades de agricultura familiar passa por diversos estágios, e é possível referenciar a diversificação dos cultivos e a agroindustrialização de produtos primários como dois deles. Na medida em que o agricultor deixa de apenas entregar sua produção primária a outro agente da cadeia produtiva, ele passa a se deparar com desafios e barreiras que outrora não conhecia. As cooperativas de agricultores familiares apresentam-se como uma alternativa eficiente para auxiliar os produtores na superação dessas dificuldades. Nesse contexto as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s) surgem como ferramentas e aplicações para, criativamente, encarar um dos principais gargalos da agroindustrialização familiar: a comercialização. Objetivou-se contextualizar os limites e potencialidades da utilização de TIC’s na gestão organizacional, marketing, comunicação e comercialização na Cooperativa de Produção Agroindustrial Familiar de Concórdia (COPAFAC), localizada em Concórdia, Santa Catarina. Para tanto, realizou-se um estudo de caso de caráter exploratório e qualitativo, por meio de observação ativa e de um questionário semiestruturado. A cooperativa em questão se utilizava de TIC’s, objetivando desempenhar tarefas do dia a dia de maneira ágil e eficaz. Entretanto, nas agroindústrias cooperadas, observou-se uma maior fragilidade dos agricultores, especialmente pela dependência dos filhos na utilização das TIC’s, assim como pela falta de empenho, dedicação e hábito dos mesmos. Os gestores da cooperativa, apesar das dificuldades enfrentadas, têm se esforçado para aprimorar o uso das TIC’s, bem como para ampliar a utilização destas ferramentas por parte de seus cooperados, visando não só uma melhor organização, mas também diminuição dos custos e o aumento na comercialização dos produtos.