No presente século, em razão de importantes mudanças no quadro geopolítico internacional bem como novas dinâmicas experimentadas nos planos nacionais e regionais no subcontinente, originais tentativas de cooperação e institucionalidades foram pensadas nas mais diversas áreas. Os setores de segurança e defesa nacional não ficaram alheios a estes movimentos. Fundamentalmente, tratava-se de um esforço que pretendia representar uma passagem de um arranjo caduco de segurança coletiva em direção a um modelo mais dinâmico de segurança cooperativa, contudo de contornos ainda incertos e cujo resultado final segue em aberto, onde em especial o Brasil assumia um papel de destaque em estreita colaboração com o Conselho de Defesa Sul-Americano (CDS) que idealizou e outras tratativas. Sucintamente, tais propostas foram pensadas, desenhadas e implementadas em um quadro que se convencionou chamar regionalismo pós-liberal. Finda a “onda rosa” e com a guinada para governos liberais em Brasília e Buenos Aires (entre outros da região), cabe empreender um balanço crítico e abordar o estado da arte sob a cooperação em segurança e defesa na América do Sul na atual quadra histórica à luz atuação do maior player deste espaço geográfico. Eis o fito do presente artigo.
: In the present century, due to important changes in the international geopolitical framework as well as new dynamics experienced in the national and regional plans in the subcontinent, original attempts of cooperation and institutionalization were devised in the most diverse areas. The security and national defense sectors were not oblivious to these movements. Fundamentally, this was an effort that sought to represent a transition from an obsolete collective security arrangement towards a more dynamic model of cooperative security, yet with uncertainty and whose final outcome remains open, where Brazil in particular assumed a prominent role in close collaboration with the South American Defense Council (CDS) and other negotiations. Briefly, such proposals were designed and implemented in a framework that was conventionally called post-liberal regionalism. Following the "pink tide" and with the move towards liberal governments in Brasilia and Buenos Aires (among others in the region), it is necessary to undertake a critical assessment and to approach the state of the art about cooperation in security and defense in South America in present times in the light of the greatest player in this geographical space. This is the purpose of this article.