A marca caracterÃstica da cultura brasileira é a heterogeneidade. Além dela, alguns traços culturais despontam como marcantes em nosso paÃs: o paternalismo, a malandragem, grande distância entre as camadas sociais e a valorização do estrangeiro. Pretendemos analisar a valorização do estrangeiro, ou melhor, o estrangeirismo, a partir de duas leituras distintas da cultura brasileira, sendo que a primeira servirá de suporte para a segunda, uma vez que são visões complementares e que se sustentam. A primeira análise e primeira parte deste ensaio foi desenvolvida por meio das figuras retóricas do colono e do colonizador apresentadas por Calligaris (1991). A segunda se dará no levantamento histórico-cultural desse traço e sua presença ao longo da formação nacional. Por fim, tentaremos argumentar que, no mundo organizacional, o estrangeirismo tem forte papel de segregação, papel este que vem sendo negligenciado nas análises do estrangeirismo no mundo organizacional.
The main cultural aspect of the Brazilian culture is its heterogeneity. Besides that, Brazil has other important cultural aspects such as: the paternalism; the social distance among rich and poor people; the eroticism; the Brazilian way and the high value set on foreign things - the estrangeirismo. The aim of this article is to analyse the estrangeirismo from two different readings of the Brazilian culture. The first, written by Calligaris (1991), discusses rhetoric pictures of colonist and coloniser; the second one shows historic-cultural aspects of the Brazilian culture and was written by classic authors: Caio Prado Jr., Sérgio Buarque de Holanda and Gilberto Freyre, demonstrating how this cultural aspect has been present in our country since Brazil-Colony. Moreover, we intend to discuss that the estrangeirismo may assume a feature of segregation in the organisational world.