Este ensaio teórico discute o conceito de vantagem competitiva identificando os desafios da área de estratégia
em obter uma definição precisa, operacionalizável e que relacione o conceito com o desempenho das empresas.
Inicia-se pela consolidação e pela análise dos principais trabalhos na área, em que explicitamos as lacunas e a
falta de diferenciação entre os construtos de vantagem competitiva e desempenho. O artigo traz uma definição
baseada na criação de valor superior, sendo esse delimitado pela diferença entre a disposição a pagar dos clientes
e o custo de oportunidade dos fornecedores. Tal definição sugere que o valor criado pode ser divido em três
partes: o valor apropriado pela empresa, o excedente dos clientes e o excedente dos fornecedores. Cada uma das
partes traz implicações para o desempenho da empresa, sendo que o valor apropriado revela o lucro desta, e o
valor não apropriado pode se traduzir em crescimento e em desempenho operacional. No tocante Ã
operacionalização da vantagem competitiva, discutimos aspectos relativos à comparação entre empresas e Ã
temporalidade de observação do evento. Como decorrências desse ensaio, está o estudo da lógica causal entre
vantagem competitiva e desempenho, e a constatação de que o estudo da vantagem competitiva por meio de
variável única é impreciso e não mede a extensão dos resultados das decisões estratégicas.
This theoretical paper discusses the concept of competitive advantage by identifying the challenges the field of
business strategy faces in obtaining a precise and operational definition that links the concept to firm
performance. Starting by the analysis and consolidation of literature in the area, we explicitly display the gaps
and lack of differentiation between the constructs of competitive advantage and performance. This paper
provides a definition based on the superior creation of value, with value defined as the difference between
customers’ willingness to pay and suppliers’ opportunity cost. This definition suggests that the value created can
be divided into three parts: the value appropriated by the firm, the customers’ surplus, and the suppliers’ surplus.
Each part has implications for firm performance: while the appropriated value reveals the profit level, the value
not appropriated can be translated into growth and operational performance. Regarding the operationalization of
competitive advantage, we discuss aspects related to comparison between firms and the temporal observation of
the event. As the main result of this discussion, we explore the causal logic between competitive advantage and
performance and conclude that competitive advantage cannot be depicted by the observation of a unique
variable, as it is imprecise and does not measure the extent of impacts strategic decisions have.