Este trabalho investiga a variação da realização do /R/ em coda silábica em músicas sertanejas, nas vertentes raiz e universitária, a partir da perspectiva da Sociolinguística Variacionista, sobretudo da terceira onda. O corpus é formado por 96 canções de artistas representativos de seis estados brasileiros. A análise, feita com apoio do software RStudio, revelando diferenças significativas entre os estilos. No sertanejo raiz, prevaleceu a retroflexão [ɻ], associada à identidade tradicional e rural, enquanto no universitário houve maior presença do apagamento [∅] e do tepe [ɾ], refletindo modernização e urbanidade. Esses resultados evidenciam que a variação fonética funciona como marcador identitário, indexando valores culturais e sociais distintos em cada vertente. A pesquisa contribui para os estudos da variação no português brasileiro e amplia a compreensão da relação entre língua, música e identidade cultural. Palavras-chave: Sociolinguística variacionista; música sertaneja; variação fonética; identidade; português brasileiro.