A substituição de nós por a gente tem sido amplamente estudada no português do Brasil (doravante PB), por diversos autores (OMENA, 1986, 1996, 2003; LOPES, 1993; SEARA, 2000; FERNANDES, 1997, 2004; LAUREANO, 2003; ZILLES, 2005, 2007; TAMANINE, 2010; entre outros), que indicam o estágio avançado desse processo de mudança, sobretudo na lÃngua oral. Todavia, com relação ao português europeu (daqui por diante PE), a pesquisa cientÃfica tem sido pouco produtiva e pouco se podia afirmar sobre tal variação em terras lusas. Adotando-se orientação teórico-metodológica da SociolinguÃstica laboviana (LABOV, 1994), em Vianna (2011), foram utilizadas amostras de
fala espontânea referentes às duas variedades do português. Os resultados de tal investigação indicam que a variação entre as formas de primeira pessoa do plural no PE, embora apresente semelhanças com o que se observa para o fenômeno no PB, é fundamentalmente determinada por fatores sociais e não caracteriza um processo de mudança em curso.