Disponibilidade de recursos e perturbações antrópicas possuem relevância nas respostas à atuação dos herbÃvoros. Ao longo da evolução as plantas desenvolveram estratégias de defesa contra a herbivoria, como as defesas quÃmicas. O objetivo deste trabalho foi analisar a relação entre as taxas de herbivoria e caracteres biométricos de Aspidosperma pyrifolium Mart, e o conteúdo foliar de compostos fenólicos/taninos, em áreas de Caatinga, com e sem perturbações antrópicas na microrregião de Itaparica, Pernambuco. Foram realizadas medidas de taxa de herbivoria, biometria,e conteúdo de carbono, nitrogênio e compostos fenólicos/taninos. Os dados foram analisados através de ANOVA fatorial seguida de teste de Tukey (5%), e análises correlação e regressão linear simples. Os parâmetros biométricos não apresentaram diferenças entre as áreas, nem relação com o conteúdo de compostos fenólicos. Os conteúdos de nitrogênio foram maiores no mês mais seco, enquanto os de carbono foram maiores no fim da estação chuvosa. Concentrações de compostos fenólicos/taninos tiveram relação negativa com as taxas de herbivoria das áreas impactadas, mas nas áreas preservadas essa relação não foi observada. O consumo prévio das folhas por caprinos pode ter estimulado o aumento na produção de compostos de defesa nas áreas impactadas, o que ocasionou queda nas taxas de herbivoria por insetos. Já nas áreas preservadas a diminuição significativa da herbivoria em junho pode estar ligada ao fim do ciclo de crescimento de alguns invertebrados Embora a influência da pecuária extensiva possa ser notada em áreas impactadas, ela não pode ser considerada a causa única da relação herbivoria/produção de compostos fenólicos.