Assim como os demais gêneros no contÃnuo entre a oralidade e a escrita(OSTERREICHER, 1997), os editoriais também passam por mutações ao longo do tempo. Este gênero, por exemplo, não tinha uma nomeação definida(GOMES, 2010). Essa é uma das questões discutidas neste artigo, entre outras reflexões referentes à movência da lÃngua e dos textos. Dada a correlação entre a historicidade da lÃngua e dos textos nesse tipo de abordagem, reconhecendo-se evidentemente as especificidades de cada uma, parte-se do entendimento de Kabatek (2006, p. 512) de que Tradição Discursiva (TD) é “a repetição de um texto ou de uma forma textual ou de um modo particular de escrever ou falar que adquire valor de signo próprioâ€, considerando as variações, mudanças e permanências dos editoriais do século XIX a XX, os quais se originaram das raÃzes históricas das práticas da escrita e leitura dos pasquins e panfletos que se desenvolvem do verso ao jornal impresso. Para isso, parte-se das dimensões de análise postuladas Jucker (2000): os traços externos do gênero(quando e onde foi publicado); os traços sociais (o tipo de linguagem usada e quem escreveu); os traços linguÃsticos (as formas linguÃsticas usadas); e a macroestrutura (organização das partes para a construção do sentido do texto).O objetivo é, com base nessas dimensões de análise, identificar as variações na composição do editorial e suas múltiplas denominações. Para este trabalho,o estudo concentra-se em editoriais pernambucanos, mas terá continuidade,com a inclusão de editoriais do Ceará, da Bahia e do Rio de Janeiro, em um artigo que será publicado em uma obra de referência do Projeto Para a História do Português Brasileiro (PHPB). Os estudos revelam que a denominação do gênero também ilustra a dinâmica de variações, mudanças e permanências que configuram a historicidade da lÃngua e dos textos.