este artigo objetiva apresentar resultados quantitativos sobre o comportamento dos pronomes de 2a pessoa na posição de sujeito e na de complemento verbal. A anaÌlise baseia-se numa amostra constituiÌda por cartas escritas em Pernambuco em fins do seÌculo XIX e iniÌcio do seÌculo XX (1869-1969). Considerando o tratamento predominante na posição de sujeito: (i) tu-exclusivo; (ii) voceÌ‚-exclusivo e (iii) voceÌ‚ ~ tu, buscamos correlacionar os padrões de variação entre tu e voceÌ‚ com as formas variantes utilizadas como complemento: acusativo (te~voceÌ‚~lhe~o/a), dativo (te~lhe~para/a voceÌ‚) e obliÌquo (para ti ~ voceÌ‚) (LOPES e CAVALCANTE, 2011; LOPES, RUMEU, CAVALCANTE, 2013). Nosso intuito eÌ contribuir com o mapa descritivo dos sistemas de tratamento do portugueÌ‚s brasileiro, apresentando os dados de Pernambuco. Os resultados evidenciaram (i) o predomiÌnio do padrão voceÌ‚-excusivo na amostra; (ii) a variação das formas de complemento verbal como reflexo da mudança na posição de sujeito causada pela implementação de voceÌ‚ no paradigma pronominal do PB; (iii) na posição de acusativo, o cliÌtico o-a foi a forma mais produtiva nas cartas de voceÌ‚-exclusivo por conta do perfil erudito do remetente e pela natureza do texto; (iv) em posição dativa e obliÌqua, tambeÌm houve uma correlação entre os complementos e as formas usadas na posição de sujeito: o dativo lhe foi mais produtivo e os sintagmas preposicionados com voceÌ‚ tambeÌm predominaram.