Este trabalho apresenta uma análise da vegetação do Parque Estadual
Carlos Botelho (Unidade de Conservação de 37.644,36 ha localizada no Vale Ribeira
do Iguape, Estado de São Paulo, Sudeste do Brasil) e foi elaborado para subsidiar seu
Plano de Manejo. Os dados foram obtidos em campo por meio da Avaliação Ecológica
Rápida – AER, realizada em dez trilhas, selecionadas de modo a permitir percorrer
a maior extensão possÃvel das diferentes fitofisionomias e graus de conservação da
vegetação do Parque. Ao longo das trilhas, a avaliação fisionômica da vegetação
foi qualitativa, tendo como foco as espécies arbóreas e arbustivas. Foram observados
descritores que permitiram a avaliação da cobertura florestal local e foi produzida uma lista
das espécies presentes, sendo coletadas amostras de material botânico para identificação.
Esses dados foram analisados juntamente com dados secundários de espécies arbóreas
e arbustivas registradas no Parque, obtidos de trabalhos técnicos e cientÃficos publicados,
teses, dissertações, relatórios de pesquisa e registros de herbários. Os dados secundários
indicaram a ocorrência de 1.184 espécies na área, considerando Pteridophyta, Pinophyta e
Magnoliophyta. A avaliação por meio da AER resultou no registro de 274 espécies.
Após checagem de sinonÃmias e verificação de identificações duvidosas, a reunião dos
dados primários e secundários indicou a presença de 1.117 espécies nesta unidade de conservação.
Dessas, 105 constam em algum grau de ameaça, nas listas oficiais de espécies ameaçadas
de extinção. Este trabalho também apresenta uma análise das espécies invasoras e de
outras ameaças à biodiversidade. As informações sobre o grau de conservação e o grau
de conhecimento da vegetação da área foram georreferenciadas e mapeadas, permitindo
uma proposta de zoneamento e recomendações para manejo baseadas nas prioridades
para a conservação da vegetação.