Esta breve reflexão sobre a fotografia estereoscópica procurar relacionar a sua intensa produção e consumo nas décadas subsequentes à sua industrialização na segunda metade do século XIX com as condições psico-culturais do sujeito observador/ consumidor, partindo de conceitos da psicanálise como «fetichismo» e «escopofilia». Assim, à hipótese de Crary, que diferencia a estereoscopia da fotografia pelas suas propriedades de regulação e disciplina do sujeito, e que distingue de uma vocação mais objectiva e realista da fotografia, acrescentaremos uma abordagem que privilegia a compreensão do desejo que lhe subjaz para além do potencial de regulação.
This paper aims to introduce an approach to stereoscopic rush that occurred after the second half of 19th century through a psycho-cultural insight, working it out upon psychoanalyticic categories suche as fetichism and scopophilic drives. Insofar, we will seek to add a new contribution that will state stereoscopic criticism not only in the social-cultural and regulating perspective (Crary) but also analyzing the drive that will allow us to understand the subjective dimension.