Verde que vira marrom, reputação que vira lama: extrativismo mineral, desastres e as imagens do “invisível”

Vértices (Campos dos Goitacazes)

Endereço:
Rua Coronel Walter Kramer - 357 - Parque Santo Antônio
Campos dos Goytacazes / RJ
28080-565
Site: http://www.essentiaeditora.iff.edu.br/index.php/vertices/about
Telefone: (22) 2737-5648
ISSN: 1809-2667
Editor Chefe: Inez Barcellos de Andrade
Início Publicação: 01/10/1997
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Educação, Área de Estudo: Serviço social, Área de Estudo: Multidisciplinar

Verde que vira marrom, reputação que vira lama: extrativismo mineral, desastres e as imagens do “invisível”

Ano: 2021 | Volume: 23 | Número: 1
Autores: Gabriela Scotto
Autor Correspondente: Gabriela Scotto | [email protected]

Palavras-chave: Mineração, Corporações, Invisibilidade dos riscos, Imagens dos desastres, Crítica

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

As corporações mineradoras investem significativos recursos financeiros e humanos em propaganda e campanhas publicitárias veiculadas na televisão, na imprensa escrita e nas redes sociais. Com isto buscam não só propagar suas "boas" ações sociais e ambientais, como também divulgar a crença na mineração como uma atividade econômica sustentável e sem riscos. No artigo nos perguntamos pela força política que as imagens (fotografias, vídeos, memes etc.), veiculadas publicamente após os desastres provocados pela ruptura de barragens de rejeitos da mineração – como os ocorridos no Brasil em 2015 e 2019, têm para "sujar a reputação" de corporações mineradoras como, por exemplo, a Vale. Para responder essas questões recorremos ao conceito de políticas da invisibilidade e ao de potencial político das catástrofes formulados por Ulrich Beck. Concluímos que os grupos e movimentos críticos da mineração têm um papel fundamental no estabelecimento dos nexos causais entre o que aconteceu (o “presente” das imagens) e os processos sociais, econômicos e políticos (o “passado” das imagens) que antecederam aos desastres e os explicam.



Resumo Inglês:

Mining corporations invest significant financial and human resources in advertising and marketing campaigns on television, in the written press and on social media. By doing this, they not only propagate their "good" social and environmental actions, but also disseminate the belief in mining as a sustainable and risk-free economic activity. In the article we discuss the political strength presented by the images (photographs, videos, memes, etc.) broadcasted after the disasters caused by the rupture of mining dams, such as those that occurred in Brazil in 2015 and 2019, to soil the reputation of mining corporations such as Vale. To answer these questions, we resort to the concepts of invisibility policies and political potential of catastrophes formulated by Ulrich Beck. We conclude that critical mining groups and movements have a fundamental role in establishing causal links between what happened (the “present” of the images) and the social, economic and political processes (the “past” of the images) that preceded the disasters and explain them.

 



Resumo Espanhol:

Las corporaciones mineras invierten importantes recursos financieros y humanos en publicidad y campañas publicitarias en televisión, diarios impresos y redes sociales. Con esto buscan no solo difundir sus "buenas" acciones sociales y ambientales, sino también estimular la creencia en la minería como una actividad económica sostenible y libre de riesgos. En el artículo nos preguntamos por la fuerza política que tienen las imágenes (fotografías, videos, memes, etc.), difundidas públicamente luego de los desastres provocados por la ruptura de presas de relaves mineros como los que ocurrieron en Brasil en 2015 y 2019, para "ensuciar la reputación" de empresas mineras como Vale. Para responder a estas preguntas, recurrimos a los conceptos de políticas de invisibilidad y al de potencial político de las catástrofes, ambos formulado por Ulrich Beck. Concluimos que los grupos y movimientos críticos de la minería juegan un papel fundamental en el establecimiento de vínculos causales entre lo ocurrido (el “presente” de las imágenes) y los procesos sociales, económicos y políticos (el “pasado” de las imágenes) que precedieron a los desastres y explicarlos.